Eliel Santana abre portas do PSC para Isidório | Fotos: Max Haack/ Ag. Haack/ BN
Presidente
do PSC na Bahia, partido que abriga líderes religiosos como o polêmico
deputado federal Pastor Marco Feliciano (SP), o suplente do senador João
Durval (PDT), Eliel Santana, defende a redução da maioridade penal no
Brasil. De acordo com o dirigente, que já foi deputado estadual e é
evangélico, a sigla passou a fazer uma campanha nacional para que o
Congresso debata a questão, não incluída no projeto de reforma da Lei de Execuções Penais.
"Eu, pessoalmente, sou a favor, desde que haja um estudo. A gente tem
plena consciência de que um jovem de 16 anos sabe muito bem o que está
fazendo quando puxa uma arma ou atenta contra a vida de uma pessoa. Acho
que tem que ser responsabilizado", sentenciou Santana, em entrevista ao
Bahia Notícias. No entendimento do social-cristão, a atual legislação,
que protege os adolescentes até os 17 anos, 11 meses e 29 dias, está
superada. "Quando o Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA] foi feito
[1990], a formação dos jovens era outra. Era outra cabeça. O estatuto
faz com que muitos crimes sejam incentivados por adultos. Defendo não só
a redução da maioridade, mas uma nova forma de penalizar os adultos
acompanhados de menores que praticam os atos", argumentou, ao salientar
que o assunto foi tema de um encontro realizado pela sigla há seis meses
em Salvador. Confrontado com o questionamento de que o posicionamento
poderia ser incoerente com o trabalho de recuperação social promovido
por diversas igrejas, o comandante do PSC discordou – com base nas
escrituras sagradas. "A idade da razão na Bíblia é sete anos. Não
estamos discutindo que seja sete ou 14, mas tem que mudar. Biblicamente
discordamos do ECA. A Bíblia nos dá plena cobertura para pensar dessa
forma", ponderou, ao exemplificar: "Eu fui disciplinado quando era
criança. Toda vez que eu fazia algo fora dos padrões da honestidade e da
ética, mesmo traquinagem de criança, eu era disciplinado pelos meus
pais. Quando ia fazer, pensava duas vezes. Hoje você não pode tocar em
uma criança que a lei protege. Não que se bata em criança, mas quem
redigiu o estatuto ou não tinha filho ou era uma criança exemplar. As
crianças de hoje são criadas soltas fazendo o que quiserem".
Com posições contestadas por movimentos sociais de defesa das
minorias, a legenda poderá ampliar o leque de atores controversos.
Ex-filiado e considerado "bom filho" no PSC, o ex-homossexual e "ex-soropositivo" deputado estadual Pastor Sargento Isidório, que enfrenta um processo disciplinar no PSB,
poderá retornar à casa. "A saída dele [em 2010] aconteceu de forma
tranquila. Nós apoiamos Geddel [candidato a governador pelo PMDB] e ele
disse que queria apoiar [Jaques] Wagner, porque acreditava no projeto.
Embora não tenha nenhum tipo de acerto, o partido não teria dificuldade
de recebê-lo, não. Isidório é uma pessoa que tem relevantes serviços
prestados à sociedade. É um leão no que faz", definiu Eliel Santana.
Isidório foi o principal defensor de Feliciano em sua breve e conturbada passagem pela capital baiana no último dia 4 de abril.(BN)
Nenhum comentário:
Postar um comentário