Afeito a polêmicas, o deputado estadual Sargento Isidório (PSC) caprichou na última semana. Pediu vistas no projeto de criação do Conselho Estadual dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) na quarta-feira e, dois dias depois, propôs novo colegiado: Conselho Estadual dos Direitos da População Heterossexual e Preservação da Família. Na justificativa, os sinais de reação ao projeto LGBT ficam explícitos. O parlamentar argumenta que a matéria "tem como finalidade buscar a manutenção e preservação da família e dos costumes heterossexuais, tendo em vista a crescente expansão do apoio estatal as práticas homossexuais, pressionadas também pelas exposições midiáticas diárias e em qualquer horário do sexo promíscuo, prostituição, prevaricação e dos costumes questionáveis, que mais parecem escolas de prostituição e violência". Ele afirma que sua indicação é de interesse de toda a bancada religiosa, incluindo católicos e evangélicos. Ou, como classificados por ele: "guardiões e seguidores dos princípios cristãos que subordinam-se a um Deus que criou e abençoou macho e fêmea instituindo assim a verdadeira família". Segundo o líder da bancada católica na Assembleia, deputado Yulo Oiticica (PT), a proposta do Conselho Heterossexual não tem muito sentido. "Desconheço o teor do projeto. Mas é preciso saber: 'o que é isso?'", sugere Yulo. Para ele, "é um retrocesso discutir essas questões". "Quem sou eu para dizer que uma família com uma mãe solteira ou com dois homens não é uma família?", questiona o representante do segmento católico. "Eu não preciso de uma lei para discutir os meus direitos como heterossexual", completa Yulo. E reitera a posição adotada pela igreja após a escolha do papa Francisco. "O papa inclusive se manifestou pedindo para acabar com essa paranóia de que os homossexuais podem acabar com a espécie humana", lembra.
Homofobia - Na opinião da deputada Luiza Maia (PT), a atitude de Sargento Isidório é "criminosa". "Homofobia é crime. Ele adota uma postura homofófica, ridícula, preconceituosa e reacionária. Como pastor, ele deveria saber que não deve haver preconceito", defende a parlamentar. "Respeito muito o trabalho que ele faz na recuperação de drogados, mas o Sargento Isidório precisa rever as posições dele. Não tem cabimento um representante do povo ter uma postura dessa", critica Luiza.
Outro parlamentar a pedir vistas no projeto que cria o Conselho de Defesa dos Direitos LGBT, o deputado Sidelvan Nóbrega não foi encontrado pela reportagem para comentar a proposição de Sargento Isidório.
Outro parlamentar a pedir vistas no projeto que cria o Conselho de Defesa dos Direitos LGBT, o deputado Sidelvan Nóbrega não foi encontrado pela reportagem para comentar a proposição de Sargento Isidório.
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