terça-feira, 22 de novembro de 2011

Comissão da Verdade: Filha de desaparecido é censurada

Comissão da Verdade: Filha de desaparecido é censurada
Na cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, no sábado (19), uma filha de um desaparecido na época da Ditadura Militar foi Impedida pelo governo de falar para não constranger os militares – ela foi anteriormente convidada para discursar. A psicóloga Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, desaparecido desde 1971, lamentou o veto ao seu discurso. Para ele, em vez de proibir seu pronunciamento, os oficiais deveriam ter falado. "Teria sido mais coerente. Eles teriam o que dizer, defendendo a Constituição e a importância de se conhecer a verdade. Eles fariam o quê? Defenderiam a ditadura?", indagou, à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Com a participação vetada, ela divulgou no fim de semana o texto do discurso que faria. "Eu apoio a Comissão da Verdade e fui lá [à cerimônia de Brasília] na confiança. Foi um mau começo. Espero que seja corrigido", clemou. No discurso não lido, Vera afirma que, em 2011, violações dos direitos humanos continuam a ocorrer "pela ação de pessoas que desrespeitam sua obrigação constitucional e perpetuam ações herdeiras do estado de exceção que vivemos de modo acirrado de 1964 a 1988".

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