Se estivesse neste sábado (26), 100 anos. Porém, em 30 de maio de 2002, faz 10 que ele sedespediu deste mundo, deixando uma das obras mais completas da cultura brasileira. Em 90 anos, o carioca atuou como ator, advogado, poeta, radialista e letrista. Para comemorar a data, uma série de eventos, lançamentos de CDs e um documentário dirigido por Marco Abujamra estão programados.
É neste sábado de seu centenário que acontece o Projeto Mário Lago – Homem do Século XX e Cordão do Bola Preta, na sede do cordão, no Rio. Na ocasião haverá um baile de lançamento do CD "Folias do Lago", com o Cordão do Boitatá, João Roberto Kelly e Chamom apresentando sucessos de carnaval compostos pelo artista.
Em São Paulo, a festa acontece na sexta-feira, 2 de dezembro, como parte do projeto O Autor na Praça, na Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima, com exibição de vídeos, música e leituras de textos e poemas, a partir das 19h.
Formado em Direito pela Universidade do Brasil, em 1933, Mário Lago era marxista convicto e foi preso sete vezes por razões políticas, em 1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969. Inclusive, em 1964, ele teve os direitos políticos cassados pelo regime militar e perdeu as funções que exercia na Rádio Nacional. Uma das últimas participações políticas foi em 1998, quando foi âncora dos programas eleitorais de Luis Inácio Lula da Silva, que era candidato do Partido dos Trabalhadores, ao qual sempre manifestava apoio e simpatia desde 1989.
As artes surgiram na vida dele aos 15 anos, quando publicou o primeiro poema. Mas a relação profissional veio logo após se formar, quando se envolveu com o teatro de revista. A primeira composição foi "Menina, eu sei de uma coisa", criada com Custódio Mesquita, gravada por Mário Reis em 1935. A parceria obteve o primeiro sucesso três anosdepois, quando Orlando Silva gravou "Nada Além". Depois vieram "Ai que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambas de Mário Lago e Ataulfo Alves; e a marcha carnavalesca "Aurora", parceria com Roberto Roberti, consagrada na voz de Carmem Miranda.
Grande nome do teatro, do cinema e da televisão, Mário Lago atuou em vários clássicos dos diferentes meios. A estreia no teatro aconteceu em 1942, como ator da peça "O Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues. Na televisão, atuou em telenovelas e minisséries como "Selva de Pedra" (1972), "Pecado Capital" (1975), "O Casarão" (1976), "Dancin’Days" (1979), "O Tempo e o Vento" (1985), "Grande Sertão: Veredas" (1985), "O Salvador da Pátria" (1989), "Barriga de Aluguel" (1990) e "Hilda Furacão" (1998).
Entre os filmes em que participou, estão marcos do Cinema Novo, como "O Padre e a Moça" (1966), de Joaquim Pedro de Andrade; "Terra e Transe" (1967), de Glauber Rocha; e "São Bernardo" (1971), de Leon Hirszman. Também escreveu quatro livros, além de roteiros e argumentos para o cinema, caso de "Banana da Terra" (1939), em parceria com João de Barro, o Braguinha. Um ano antes de morrer, ele foi enredo da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz.se vivo, Mário Lago completaria
Nenhum comentário:
Postar um comentário