A paciente precisa fazer a angiografia – exame que mostra a circulação sanguínea no cérebro – para determinar com exatidão qual o tratamento médico que o caso requer, inclusive com possibilidade de cirurgia. Ela chegou a ser levada para ser submetida ao exame em Teixeira de Freitas, mas chegando lá o equipamento quebrou e ela retornou a Porto Seguro. As outras três tentativas de exame falharam, pois para a realização da angiografia é preciso que o paciente esteja sem febre, o que não vem sendo possível porque, devido ao longo tempo de internação, a condição de saúde da paciente está piorando. Por isso os médicos recomendam que ela seja transferida para um hospital que disponha do aparelho de angiografia e de uma UTI neurológica, o que seria possível em Salvador.
A família elogia o grande empenho da equipe médica do Hospital Luis Eduardo Magalhães e também da secretária municipal de Saúde, Edna Alves, para obter a vaga em outro hospital. Porém, critica o que considera má vontade da coordenação geral da Central Estadual de Regulação. “Lá em Salvador eles alegam que primeiro tem que fazer o exame para depois transferir. Mas se não for transferida, minha filha não consegue ficar estável para realizar o exame”, pondera a mãe de Ducilene, Dinalva Ribeiro Souza.
Liminares
A liminar assinada no dia 9 de maio pelo juiz André Strogenski, da Vara Criminal de Porto Seguro, determinava que, devido ao risco de morte, o município de Porto Seguro e o Estado da Bahia deveriam fornecer à paciente, no prazo de 24h, transporte em UTI aérea com equipe profissional para acompanhá-la e o Estado deveria garantir internação em hospital provido de neurocirurgia com UTI, sob pena de responsabilidade civil e criminal, bem como multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
No dia 26 de maio, o juiz intimou o município e o Estado a cumprirem a ordem judicial, sob pena de responderem criminalmente pela desobediência, e aumentou a multa diária para R$ 25 mil. Apesar disso, a ordem continuou sendo descumprida.
Parentes sofrem
Ducilene e a família moram em Trancoso. Diariamente os parentes se revezam no hospital. A mãe teve que fechar o ponto comercial no qual trabalha para estar com a filha. Ela alterna as visitas diárias ao hospital com o genro, que também deixou o trabalho para cuidar da esposa.
A irmã de Ducilene, que também é professora, foi outra da família que teve de deixar temporariamente o emprego para cuidar dos quatro sobrinhos. Dona Dinalva conta que as crianças, com idades entre 12 anos e 5 anos, estão muito abaladas emocionalmente devido ao clima de incerteza e à falta que sentem da mãe.
Fonte: O Povo News
Nenhum comentário:
Postar um comentário