O Ministério da Saúde autorizou ontem os hemocentros a receber doações de jovens de 16 e 17 anos -com autorização dos responsáveis- e a não considerar a orientação sexual como critério de seleção de doadores.
Até então, doações só eram permitidas a maiores de 18 anos e a orientação sexual fazia parte do questionário aplicado em centros de triagem de doadores.A portaria foi anunciada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em comemoração ao Dia Mundial do Doador de Sangue.
Segundo Dalton Chamone, professor de hematologia e hemoterapia da USP, a restrição aos menores existia devido a questões biométricas, como o peso menor (inferior a 50 kg, por exemplo).
A portaria também aumenta de 65 para 68 anos a idade limite para a doação. O objetivo é elevar o percentual de doadores entre os brasileiros, de 1,9% para 2,11%.
Apesar de a orientação sexual não ser mais critério para selecionar doadores, na prática, homossexuais e bissexuais ainda têm uma restrição: homem que tenha feito sexo com outro homem nos últimos 12 meses continua impedido de doar.
"Estudos ainda mostram que o risco do homem que fez sexo com homem é 18 vezes maior de ter infecção pelo HIV do que a população que não tem esse tipo de atividade sexual", diz Padilha.
O professor Chamone considera positiva a mudança.
"Hoje, o que mais importa é o rigor na avaliação do comportamento de risco e não a orientação sexual do doador", afirma o médico.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1506201121.htm
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