O nível no reservatório de Sobradinho, principal reserva de água da região Nordeste, está em queda e pode atingir, ainda neste ano, um número próximo à zero. Em um cenário extremo de falta de chuvas, o reservatório alcançaria apenas 2% a 3% da capacidade útil ao final de novembro, segundo a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
Nesse caso, a geração de energia na usina de Sobradinho seria inviabilizada e o risco de desabastecimento de água para o consumo humano cresceria a patamares considerados limites. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que o reservatório opera atualmente com 9% do volume útil. Ao final de outubro, esse número pode cair a 6% e, então, o volume de chuvas em novembro passaria a ser determinante para o futuro do abastecimento de água na bacia do São Francisco.
“Se assumirmos a possibilidade de chuva zero em novembro, chegaríamos ao final do mês com 2% a 3% da capacidade útil. Nesse caso, teríamos de discutir a situação de vazão. Mas o histórico mostra que sempre entra água nova no São Francisco em novembro”, afirma o diretor de Operação da Chesf, José Ailton de Lima.
A estatal, uma empresa do grupo Eletrobrás, reduziu em duas oportunidades a vazão de água que passa pela barragem de Sobradinho. Em 2013, o volume foi reduzido de 2 mil metros cúbicos por segundo (m³/s) para 1,3 mil m³/s. Em julho, esse volume caiu de novo, então para 900 m³/s. Não fosse essa decisão o reservatório já estaria seco, segundo o diretor da Chesf. O volume é considerado suficiente para garantir um nível mínimo de água no curso abaixo da barragem de Sobradinho, mas há questionamentos do Ministério Público sobre o tema.
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