BebetoEm uma sessão acalorada nesta quarta-feira (09), a CPI do BNDES reprovou o requerimento que pedia a convocação dos empresários Wesley e Joesley Batista, sócios do grupo JBS/Friboi, empresa que foi a maior patrocinadora eleitoral ano passado e é uma das principais beneficiarias com empréstimos do banco estatal nos últimos anos.  Quinze deputados votaram contra a convocação e nove a favor.

Autor do requerimento de convocação dos sócios da Friboi, o deputado federal Bebeto Galvão (PSB) lamentou que o pleno da CPI tenha rejeitado o chamamento dos empresários e disse que a reprovação foi fruto de uma manobra regimental com o objetivo de proteger os donos do frigorífico.

“Essa manobra mostrou que há uma capa de proteção ao grupo JBS. E as razões para isso talvez estejam no subterrâneo de relações que precisam vir a público”, reclama Bebeto.

Na mesma sessão, a CPI aprovou as convocações de Eike Batista, do grupo OGX, além de Taiguara Rodrigues  dos Santos, sobrinho do ex-presidente Lula, e do executivo Dalton Avancini, ex-presidente da construtora Camargo Corrêa.

Bebeto Galvão criticou o que ele chama de seletividade nos critérios de convocação da CPI. “Está claro que há uma seletividade aqui. “Até onde eu sei, o objetivo da CPI é apurar se os contratos de empréstimos do BNDES possuem relação com fins de patrocínios eleitorais, então esta seria uma oportunidade de passar a limpo as informações sobre a relação entre o BNDES e o grupo JBS/Friboi”, lamenta o deputado socialista.

Estima-se que o BNDES, que detém 25% das ações do frigorífico Friboi, liberou R$ 8 bilhões em empréstimos para a empresa. E em 2014 registrou-se que a companhia realizou doações eleitorais no valor de R$ 366,8 milhões (uma quantia equivalente a quase 40% de seu lucro líquido registrado em 2013), fazendo do grupo o maior financiador de campanhas do Brasil.