Lavagem de Itapuã é realizada toda quinta-feira antes do carnaval
Uma das mais tradicionais festas baianas, a Lavagem de Itapuã, é realizada toda quinta-feira antes do carnaval, em homenagem à Nossa Senhora Conceição de Itapuã e já acontece há 108 anos.
Como é de costume, a Igreja só abre para a missa da comunidade, às 7 da manhã, já que essa é uma festa dos pescadores e da população.
A homenagem a personalidades de destaque do bairro desta vez será feita ao babalorixá Valter Izidio dos Santos (babá Valtinho), o mais antigo do lugar, e a Maria Hermelina Paranhos Dias (D. Mariinha), presidente do grupo As Ganhadeiras de Itapuã.
Os homenageados desfilarão em carro alegórico decorado com o Farol de Itapuã, cujos 140 anos de instalação serão comemorados por todo o ano em programações que envolvem seminários, palestras, concurso e exposições de fotos.
Organizada pela Frente Comunitária e Parlamentar Mista em Defesa de Itapuã e distinta das demais festas de largo da cidade, a festividade no bairro dura cinco dias.
Com o nascer do Sol, ocorre a “Lavagem Nativa” do adro da igreja, seguida do café da manhã de congraçamento. Às 11h é a vez da Lavagem de Itapuã, com saída de Placaford, envolvendo cortejo de baianas e alabês, personalidades homenageadas em carro alegórico, afoxé Filhos de Ghandy, grupos organizados e populares.
No sábado, (dia 2), às 16h, ocorre a oferenda dos pescadores à Iemanjá, na praia da rua K; às 19h, desfile do Terno de Reis pela praça Dorival Caymmi e ruas próximas, até às escadarias da igreja de N. S. da Conceição; às 19h30, cortejo do afoxé Korin Nagô percorre a orla até a lagoa do Abaeté.
Quem for à lavagem terá à disposição mais de 70 barracas, 70 banheiros químicos, reforço da iluminação pública e uma ambulância do Samu. Há ainda um posto avançado da Polícia Civil e efetivo da Polícia Militar e da Guarda Municipal, garantindo a segurança da festa.
Momento para ganhar dinheiro
Para Manolo Puertes, dono da loja de sandálias Kanaloa, que fica próxima à Igreja, a festa traz prejuízo, pois ele não pode abrir a loja. “É muita gente, muita bebida, se eu abrir tenho certeza que o prejuízo será maior, já que as pessoas só querem saber da festa e não de comprar”.
Já Jose Santos, que trabalha em uma loja de conveniências, vendendo bebidas e produtos de tabacaria, acredita que esse é um momento de ganhar dinheiro. “Funcionamos das 9h às 23 horas. Não sei se é porque estamos no final do circuito, mas aqui não vejo briga, é tranquilo”.
Para Thales Sarmento, frequentador da lavagem, a tradição não pode morrer. “Venho de manhã e só saio de noite, tomo uma geladinha e curto a festa. Não tem nada melhor antes do carnaval”, disse.
O taxista Gilberto Azevedo, que fica no ponto na frente da Igreja, diz que se vira no dia da lavagem. “Tento facilitar a vida dos clientes, ficando nas ruas de trás, já que aqui é impossível. Mas uma coisa eu acho graça, todo mundo se queixa de dinheiro, mas tá aqui bebendo e comendo”.
Elane Costa, ambulante, comentou que o lucro aumenta bastante por conta da Lavagem. “Em dia normal vendo umas 100 latinhas, durante a festa chega a 1.000 e ainda dá pra curtir um som. Vou reclamar de quê? Eu gosto é disso”, falou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário