Medicamentos fora de validade são achados em prédio de secretaria
“O seu remédio ao alcance quando você mais precisa”, diz o lema do Programa Remédio e Saúde Para Todos, da Secretaria Municipal de Maceió. Porém, isso não condiz que o que foi constatado pela reportagem do portalTribuna Hoje, por meio de uma denúncia na manhã desta sexta-feira (22).
Enquanto usários do Sistema Único de Saúde (SUS) sofrem para conseguir um remédio, centenas de medicamentos que deveriam ter sido encaminhados à rede púbica de Maceió foram encontrados expostos a sol e chuva num prédio ao lado de onde também funcionava o galpão da antiga Farmex, no bairro do Vergel do Lago, em Maceió.
A denúncia foi feita por Temístocles Soares, que é presidente do Conselho Gestor de Saúde da Unidade Roland Simon, que fica ao lado do prédio abandonado.
A equipe de reportagem esteve no local e constatou que vários remédios e material médico foram perdidos por estarem fora do prazo de validade, com data, por exemplo, de 2011.
O coordenador da Farmácia e Bioquímica do Município, Vinícius Teixeira, frisou que também foi surpreendido pela informação nesta semana por meio da diretora de Atenção a Saúde, Tânia Kátia Araújo, que está fazendo um levantamento dos problemas encontrados nas unidades de saúde, com a intenção de melhorar o atendimento a população o quanto antes.
"Não estamos conseguindo honrar com o direito do povo", diz Tânia Kátia
Tânia Kátia enfatizou que este levantamento esta sendo de fundamental importância para que se possa identificar os problemas mais graves e melhorá-los de imediato para a população.
“A saúde municipal não está conseguindo honrar com os direitos constitucionais da população, mas estamos fazendo o possível, inclusive o secretário de Saúde, João Marcelo, já esteve no Ministério da Saúde (MS) e houve um comprometimento no sentido de garantir o repasse para compras emergenciais. A saúde municipal está com muitos processos judiciais já ganhos desde o ano passado que ainda não conseguiu honrar por falta de verba”, explicou.
“O secretário está com dificuldades de abastecer porque os fornecedores não estão se habilitando por conta de dívidas passadas, como medicamentos essenciais, alimentação, material médico e odontológico, entre outros. Ele está tentando fazer um escalonamento no pagamento desta dívida, inclusive a Secretaria Estadual de Saúde emprestou um dinheiro para tentar sanar o débito da gestão passada”, acrescentou.
A diretora da Unidade Roland Simon, Marluce Moura Rezende, reclamou da superlotação do posto que também está funcionando como Pronto-Atendimento.
“Infelizmente, o povo é quem sofre com o descaso. Acreditamos nesta gestão, que tem boa vontade de melhorar. Sou diretora, mas para não ver o povo sofrendo também estou atendendo. Só hoje, fiz 37 atendimentos de procedimentos até psiquiátrico. Atendemos pessoas até do interior do Estado, com carência de médicos, quadro de servidores, enfim, carente de tudo”, destacou ela.
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