Em documento, PT critica faxina e pede mudanças
Em uma resolução política de 24 páginas, o PT não conseguiu esconder o incômodo com a chamada "faxina" promovida pelo governo da presidente Dilma Rousseff, que derrubou quatro ministros em dois meses e 12 dias. Sob o argumento de que a oposição, apoiada por uma "conspiração midiática", quer dissolver a base parlamentar do governo, o documento que guiará os debates do 4.º Congresso do PT - de hoje a domingo, em Brasília - não faz rodeios. A recomendação é para o partido repelir as "manobras" para promover a "criminalização generalizada" da base aliada.
O texto, obtido pelo Estado, diz que o núcleo de combate à corrupção reside na reforma política e do Estado. Não tece críticas à conduta de Dilma, mas faz questão de defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citando as medidas tomadas por ele para o "combate implacável" à corrupção. Nos bastidores, petistas temem que ações de Dilma acabem carimbando o governo Lula como "corrupto", já que todos os demitidos foram herdados dagestão passada.
O PT atribui a turbulência no governo, provocada por demissões na Esplanada e em repartições dos Transportes e da Agricultura, à oposição "e a seus aliados na mídia conservadora". Para a cúpula petista, é urgente discutir no Congresso o marco regulatório da comunicação social.
"A oposição, apoiada - ou dirigida - pela conspiração midiática que tentou derrubar o presidente Lula, apresenta-se agora liderando uma campanha de ?apoio? à presidente Dilma, para que esta faça uma "faxina" no governo", diz o texto.
Na sequencia, o documento constata que políticos "sem credibilidade", e "omissos" no combate à corrupção em seus próprios Estados, tentam agora "dissolver a base parlamentar do governo Dilma", a fim de bloquear suasiniciativas.
Com sinal verde da Executiva Nacional do PT, reunida ontem, o texto ainda poderá sofrer emendas e mudanças no Congresso petista, amanhã. O encontro, convocado para reformar o estatuto do PT, será aberto hoje por Lula e Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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