Era uma vez, nas longínquas terras de Tabocas – também conhecida como “paraíso das matas” por não haver corrupção ou qualquer fato que se assemelhasse ao crime financeiro – uma Bruxa Megera e Feiosa, seus sete coletores de impostos e um informante. Tudo corria às mil maravilhas, toda semana os coletores traziam suas bolsas, com seus respectivos nomes e cheias de moedas de ouro coletadas da população que trabalhava duro para manter o “paraíso”, e as guardavam no cofre da Bruxa Megera e Feiosa. Em seguida, pegavam outras bolsas vazias, mas com seus respectivos nomes, e voltavam ao trabalho de coletar impostos. Certo dia, o informante corre para avisar a Bruxa Megera e Feiosa que um dos coletores a estava roubando ao raspar um grama de cada moeda coletada e quando foi dizer o nome do coletor, teve um súbito enfarto e morreu. A Bruxa Megera e Feiosa restava pesar as moedas e identificar o coletor que roubava o “paraíso”. Acontece que nesta longínqua terra a Bruxa Megera e Feiosa tinha uma balança eletrônica e uma única ficha para fazê-la funcionar, portanto teria que pesar uma única vez e assim identificar o coletor corrupto. O (a) leitor (a) conseguiria resolver este problema? A Bruxa Megera e Feiosa sabia, por exemplo, o quanto investia/gastava com os demais setores do reino: educação, saúde, transporte, segurança, etc. E, a partir de então, passou a redirecionar o erário destinado à educação para a segurança, sendo que este setor já absorvia verbas dos demais. O desequilíbrio nas contas públicas refletia a movimentação dos profissionais entre todos os setores, e no dá educação restou uma aluna reivindicando professores para a escola, pois insistia nos estudos para, quando crescer, se tornar professora. A Bruxa Megera e Feiosa, depois de sugerir as muitas opções, inclusive a de “garota de programa”, que trariam rendimentos maiores à estudante encabruada, decidiu perguntar como resolver o problema da balança. A garota, com pretensões de se tornar professora, disse: “O problema não está na balança (equilíbrio e imparcialidade nos julgamentos; ponderação), mas no ato de pesar”. Basta que saibamos o peso exato de uma moeda e coloquemos na balança uma moeda da primeira bolsa, duas da segunda, três da terceira e assim até a sétima bolsa, se o resultado da pesagem for diferente (e terá de ser) do resultado previamente calculado do total de moedas que seriam pesadas, por exemplo, se a diferença for de dois gramas, logo, o nome do corrupto estará na segunda bolsa. A Bruxa Megera e Feiosa, mais que depressa, investiu todo o erário numa guilhotina ultramoderna (a laser) para decapitar o coletor corrupto e nem agradeceu a garota.
Fonte Val Cabral
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