Depois de tomar doses de vodca falsificada, a estudante britânica Lauren Platts, 21, perdeu parte da visão. Ela consumiu uma garrafa em novembro e até hoje não ficou curada. O caso não é uma exceção: segundo especialistas, bebidas adulteradas contêm altos níveis de metanol, substância química que pode causar sérios danos em órgãos como olhos, fígado e pâncreas. “O metanol causa neurite ótica, inflamação que acarreta a perda do nervo ótico, levando à cegueira. Os primeiros sintomas são tontura, náuseas, dor de estômago, visão borrada, perda da diferenciação de cores, até a perda da visão. A ação é muito rápida e não há como revertê-la”, explica o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, em São Paulo.
Lauren descobriu que a garrafa comprada continha álcool industrial em vez de vodca, após consultar a organização britânica Trading Standards, que fiscaliza o comércio de produtos. “O organismo não está preparado para essas substâncias, que podem provocar vômitos, alucinação, agitação”, destaca o gastroenterologista Paulo Otoni. “Poucas doses já levam à intoxicação. E a pessoa pode ter morte fulminante decorrente de insuficiência hepática. Por isso é importante saber a procedência da bebida e consumir álcool com moderação”. Dois meses depois de beber o produto, Lauren ainda tem a visão borrada e, com frequência, perde a visão periférica. “Tive uma enxaqueca horrível, estava extremamente doente e com a visão desfocada. Não parava de vomitar, via manchas pretas. Me pergunto se algum dia eu irei melhorar”, relata a jovem.
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