quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Zica vírus pode ser transmitido por sexo, leite materno e sangue.


A comprovação de que o zika aumenta os riscos de microcefalia em fetos e de Síndrome de Guillain-Barré em quem contrai o vírus acendeu o alerta para outras três possíveis formas de transmissão da doença, além da picada do Aedes aegypti: pelo sêmen, por transfusão de sangue e por leite materno, segundo informa nesta quarta-feira (2) reportagem do jornal O Globo.

Pesquisadores já encontraram evidências de que o vírus pode ser encontrado nesses três fluidos corporais. Mas, como os estudos relacionados ao zika são escassos — existem no mundo cerca de 200 publicações científicas, contra mais de 2.500 sobre chicungunha e mais de 14.500 sobre dengue, por exemplo —, não há ainda como ter certeza se a transmissão da doença pode ser feita por essas três vias.

''Na Polinésia Francesa (onde houve surto de zika em 2013), médicos encontraram partículas do vírus no leite materno. Só que ainda não está claro se existe transmissão para o bebê porque nem todo vírus encontrado no leite é transmitido. Sabemos, por exemplo, que quem mama em uma mulher com hepatite C não tem risco aumentado de pegar a doença'', explica a infectologista Rosana Richtmann, presidente da Comissão de Controle de Infecção da Maternidade Santa Joana.

Contudo, como os efeitos do zika têm se mostrado mais devastadores do que se pensava inicialmente, a médica recomenda que as mulheres que estiverem amamentando e perceberem sintomas do vírus — manchas vermelhas, febre e dor de cabeça e nas articulações — interrompam o aleitamento.

Já a transmissão sexual do vírus teve seu primeiro relato em 2008, quando um pesquisador americano do estado do Colorado voltou de uma viagem ao Senegal com sintomas de zika. Sua mulher, que não saía dos Estados Unidos fazia mais de um ano, também desenvolveu a doença poucos dias depois. Foi apenas a partir daí que médicos passaram a cogitar a hipótese de o vírus ser transmitido sexualmente. Depois disso, o zika ainda foi detectado no sêmen de outros turistas que passaram pela África e de um homem na Polinésia Francesa. (Clarissa Pains / Cesar Baima / O Globo)

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