quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Americanos ligados a vídeo anti-islã são condenados à morte no Egito


Julgamento é simbólico, uma vez que os oito vivem nos Estados Unidos e não devem ir ao Egito enfrentar as acusações


O pastor Terry Jones, um dos condenados, em foto de setembro de 2010 (Foto: AP Photo/John Raoux, File)
O pastor Terry Jones, um dos condenados, em foto de setembro de 2010 (Foto: AP Photo/John Raoux, File)
O Tribunal Penal do Cairo, no Egito, condenou nesta quarta-feira (28) à revelia à pena de morte o pastor americano Terry Jones e sete cristãos coptas que vivem nos Estados Unidos. Eles são acusados de envolvimento na produção e divulgação do polêmico vídeo que satiriza Maomé e provocou a ira da comunidade islâmica.
Uma fonte judicial informou que a corte emitiu a decisão ao xeque Ali Gomaa, principal autoridade religiosa do Egito, que deve confirmar agora a sentença. Após aprovação de Gomaa, o tribunal irá realizar uma audiência na qual será anunciada a decisão definitiva, marcada para o próximo 29 de janeiro.
Os condenados –  entre eles, o que se acredita ser produtor do filme, Elia Basily (também conhecido como Nakoula Basseley) – são acusados de ofender a religião islâmica e prejudicar a união nacional do Egito. 

O caso, porém, é simbólico. Os oito condenados – sete homens e uma mulher – vivem nos Estados Unidos e muito dificilmente viajarão ao Egito para enfrentar as acusações. A decisão de realizar um julgamento é vista mais como uma tentativa de acalmar a raiva do povo pela criação do filme.Durante a sessão, o tribunal expôs as provas contra os condenados, como cenas do filme e imagens de vários deles pedindo um estado para os coptas, além do pastor Jones queimando um exemplar do Corão. A corte escutou ainda a alegação da Procuradoria Geral, que pediu pena máxima aos acusados.
No dia 18 de setembro, a Procuradoria Geral decidiu apresentar no Tribunal Penal do Cairo um pedido de prisão preventiva destas oito pessoas. O Ministério Público também pediu que a Interpol fosse informada sobre as medidas adotadas para que os réus sejam detidos, assim como o envio de uma solicitação formal às autoridades judiciais nos EUA para que entreguem os acusados ao Egito para serem processados.
Além de Jones e Basily, entre os outros condenados estão Moris Sadeq, advogado e fundador da Associação Copta em Washington; Nabil Adib Bisada, coordenador de comunicação dessa organização; e Morqos Aziz, apresentador de programas religiosos nos EUA.
O filme, conhecido como "A inocência dos muçulmanos", desencadeou uma onda de protestos em vários países, sobretudo de maioria islâmica, incluindo ataques contra as embaixadas americanas.ÉPOCA

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