quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sigilo bancário de Ricardo Teixeira pode ser quebrado


Os documentos levantados pelo Ministério Público da Suíça, na cidade de Zug, sobre os pagamentos que a empresa de marketing esportivo ISL teria feito, nos anos 90, os dirigentes da Fifa, entre eles o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, poderão ser requisitados pelo procurador da República, Marcelo Freire.
Ao admitir isto em conversa com LANCENET!, explicou que precisa aguardar o início da investigação para definir como fazer.
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- Vou deixar a Polícia Federal trabalhar. De posse de mais informações, poderei pedir, com base no acordo de colaboração entre os dois países. Uma requisição destas tem que estar fundamentada, com informações que a investigação deve levantar - disse.
Na sua avaliação, com os dados que possui - de 2008, quando denunciou Teixeira por lavagem de dinheiro, e das reportagens recentes, encaminhadas à Procuradoria pelo presidente do PRB, Marcos Pereira - não há condições de apresentar uma denúncia judicial.
- Pode ser necessário até uma quebra de sigilo bancário - admite.
Uma das providências que ele acredita que a polícia tomará é o depoimento de Guilherme Terra Teixeira, irmão do presidente da CBF e procurador no Brasil da empresa Sanud Etablissement, sediada no paraíso fiscal de Liechtenstein.
Foi através dela que a ISL - para conseguir a concessão de transmissões pela TV de jogos da Copa -, teria repassado US$ 9,5 milhões (R$ 17,3 milhões em valores atuais) a Teixeira, conforme denunciou o jornalista Andrew Jennings, da BBC de Londres.
O dinheiro teria sido remetido ao Brasil a por meio de operações - que Freire já classificou de falsas - de empréstimos ou investimentos da Sanud para a empresa brasileira RLJ Participações, cujo sócio principal também é o presidente da CBF. Como o LANCENET! divulgou na segunda-feira, Freire conhecia dois repasses - em julho de 1996 e maio de 1997, totalizando US$ 598 mil - motivo de suas denúncia contra Teixeira, em 2008, em um processo que terminou trancado pelo Tribunal Regional Federal da 2a. Região.
Pelas denúncias de Jennings e do jornalista suíço François Tanda já se falou em, pelo menos, mais cinco repasses, entre agosto de 1992 e novembro de 1997, que somaram US$ 3 milhões, Freire quer confirmar estes repasses e verificar se foram feitos às claras, com registro na Receita Federal, ou vieram como 'lavagem de dinheiro'.

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