terça-feira, 15 de março de 2016

Denúncia implode roteiro para tentar salvar o governo Dilma, diz jornal

Segundo o planejado, Dilma abdicaria na prática da Presidência em favor de Lula (Foto: Agência Brasil)
Segundo o planejado, Dilma abdicaria na prática da Presidência em favor de Lula (Foto: Agência Brasil)
A revelação de que o governo Dilma Rousseff tentou comprar o silêncio de Delcídio do Amaral (PT-MS), segundo a descrição do acordo de delação premiada do senador, implodiu o roteiro previsto pelo Planalto para tentar salvar o mandato da presidente e o projeto de poder do PT, segundo informa nesta terça-feira (15) o site do jornal Folha de São Paulo. Segundo o planejado, Dilma abdicaria na prática da Presidência em favor de um Luiz Inácio Lula da Silva investido da condição de superministro. O acordo estava praticamente pronto para ser fechado nesta terça (15).
Lula buscaria remendar as pontes políticas com o PMDB e, por extensão, com a miríade de partidos médios que também seguem o cheiro de sangue em Brasília. Na outra ponta, o petista comandaria ou diretamente ou por meio de um novo ministro da Fazenda uma inflexão na política econômica – que, de resto, mais assusta do que anima os mercados devido às tentações populistas e perdulárias típicas do petismo em crise.
O governo está paralisado pela gravidade da acusação de que o ministro Aloizio Mercadante teria ofertado dinheiro para Delcídio moderar o tom de sua delação. Mercadante não é só o ministro da Educação, é um homem de confiança de Dilma e do PT, ainda que tenha um histórico turbulento na relação com ambos. Como sempre, é preciso que tudo isso seja exposto ao contraditório e apurado antes de serem feitos juízos. Mas o impacto político é enorme, não menos porque Delcídio não é um líder obscuro de um partido lateral, mas ex-integrante do coração do grupo que está no poder.

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