terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O planeta terra pede socorro!


. Quem lê um jornal, freqüentemente se depara com notícias do tipo: o planeta Terra está aquecendo, as geleiras estão derretendo, os rios contaminados matam peixes e intoxicam a população local, o buraco na camada de ozônio e os gases do efeito estufa preocupam os cientistas.
Texto de Patrícia Spina Salem
Essas e outras notícias, de tão exaustivamente batidas, acabam passando como qualquer outra, mas a questão é: até quando vamos ignorar um pedido de socorro do nosso planeta? Será que teremos que esperar a água de nossas casas acabar ou o calor se tornar insuportável? Devemos aguardar que as conseqüências batam a nossa porta de forma inexorável para só então percebermos o quanto fomos inconseqüentes e irresponsáveis com o patrimônio natural que nos foi presenteado?
Infelizmente, nós seres humanos, de uma forma geral, nos consideramos superiores a tudo e a todos que habitam o planeta. Essa pretensa superioridade não nos permite enxergar que somos tão dependentes da saúde do ambiente quanto um peixe é do oxigênio contido na água. A tendência à superioridade, somada à ganância incondicional, nos tornaram as maiores ameaças à vida no planeta. Além de destruir a grande biodiversidade do planeta, seremos vítimas de nossos próprios erros e vamos sofrer fortemente as conseqüências.
A falta de conscientização e respeito do ser humano contribui sobremaneira para a degradação ambiental acelerada. O desperdício e mal uso dos recursos naturais, o errado descarte de lixo e outros resíduos, o aumento de gases emitidos para a atmosfera e o desmatamento descontrolado são apenas alguns exemplos de desenvolvimento insustentável.
Tempo que seu lixo leva para se degrada
Vidro
Linha de nylon
Frauda descartável
Garrafa de plástico
Lata de alumínio
Plástico
Metal
Isopor
Copo de plástico
Saco plástico
Corda
Madeira pintada
Filtro de cigarro
Chiclete
Papel
1 milhão de anos
600 anos
450 anos
450 anos
200 anos
100 anos
100 anos
80 anos
50 anos
35 anos
30 anos
3 anos
5 anos
5 anos
3 a 6 meses
Dados obtidos de pesquisas que têm sido realizadas no mundo inteiro, revelam que o Planeta Terra está sofrendo diariamente com as intervenções causadas pela ações antrópicas. As reações que presenciamos nos últimos anos nos mostram que a natureza responde de maneira drástica. “É bem provável que tenhamos de enfrentar uma catástrofe ecológica no próximo século, a não ser que mudemos nosso estilo de vida, nossa economia e nossas instituições. A parte mais importante do novo paradigma consiste em construir uma sociedade que nos permita satisfazer as necessidades do povo sem destruir o sistema que nos sustenta e sem acabar com nossas reservas naturais. Enfim, uma sociedade na qual possamos nos manter sem destruir ou reduzir as oportunidades para futuras gerações” afirmou o físico quântico Fritjof Capra.

Lixo
A crescente preocupação com o meio ambiente tem levado algumas pessoas a mudar seus hábitos. A reutilização do lixo, objetivando a preservação ambiental, o incentivo à coleta seletiva e a reciclagem de diversos tipos de material já vêm sendo adotados nas principais sociedades. Isto porém ainda não é o bastante. O desperdício é enorme e ecologicamente incorreto. Somente nos Estados Unidos são gerados 200 milhões de toneladas de lixo por ano, uma média de 725 quilos por habitante. Mesmo quando comparado com a capital do Brasil, que é quem mais desperdiça lixo, esse número é alarmante. Brasília produz 438 quilos por habitante por ano. Que dirá quando comparado aos países africanos, cuja média de consumo por habitante é 40 vezes menor do que a americana.
Uma criança nascida em um país industrializado colabora para o desperdício e a poluição ambiental na mesma proporção que 30 a 50 crianças nascidas nos países em desenvolvimento. Com o crescente aumento populacional e o consumismo em ritmo acelerado, a tendência é produzirmos cada vez mais lixo. Se continuarmos jogando nosso lixo para fora de casa e não dermos uma solução sustentável para o problema, nossos netos ou bisnetos precisarão de outro planeta para abrigar tanto lixo.

Segundo a ASMARE (Associação dos catadores de material reaproveitável), 64% dos municípios brasileiros destinam seus resíduos sem tratamento a lixões ou a cursos de água e em 20 % dos domicílios brasileiros, o lixo nem chega a ser coletado. Engana-se quem ainda pensa que o problema do lixo acaba na hora em que é deixado na porta de casa para coleta dos serviços de limpeza urbana. A maioria dos brasileiros não sabe para onde os resíduos são destinados e o que acontecerá com eles. Os diversos aterros sanitários e lixões hoje existentes no país já estão com suas capacidades esgotadas.
As praias são um outro exemplo de nosso descaso com a natureza. No últimos anos, as praias vêm se transformando em verdadeiros depósitos de lixo público. Além de as areias estarem acumulando materiais inorgânicos que podem levar até 100 anos para se degradar, como o plástico (veja tabela), suas águas estão cada vez mais poluídas e impróprias para o banho. Experimente caminhar no final da tarde de um domingo qualquer na praia e você não saberá se está em uma praia ou em um depósito de lixo. “O microlixo (bitucas de cigarros, canudinhos, tampinhas e etc) deixado na areia é um dos maiores vilões nas praias. De acordo com os relatórios que produzimos em nossas ações de limpeza de praia, são os campeões em quantidade coletada nas praias cariocas” afirmam Hildon Carrapito e Anna Turano, coordenadores do Projeto Limpeza na Praia, do Instituto Ecológico Aqualung. Esse projeto, uma iniciativa maravilhosa para dar conscientização ambiental nas praias através de multirões de limpeza, tirou no ano passado em um só evento, oito mil sacolas de lixo das praias cariocas .

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