Agora é oficial. Francisca de Paula de Jesus, a "Mãe dos 
Pobres" de Baependi (MG), é a primeira negra, analfabeta e filha de 
escrava a receber o título de beata pela Igreja Católica no Brasil. A 
cerimônia que concedeu o título à mulher que viveu a maior parte de sua 
vida no Sul de Minas começou pontualmente às 15h deste sábado (4).
Usando sombrinhas e proteções, milhares de fiéis acompanharam a 
cerimônia sob o sol, do jeito que puderam. Pessoas de todas as idades, 
desde crianças até idosos, participaram da celebração. Além dos fiéis, 
também estiveram presentes autoridades religiosas do Vaticano e da 
Igreja Católica brasileira. Gilberto Carvalho, secretário geral da 
Presidência da República representou a presidente Dilma Rousseff. O 
governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, também acompanhou a 
cerimônia.
Nhá Chica
Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, será a primeira beata negra
 do país. Leiga, ela não pertencia a nenhuma ordem religiosa. 
Analfabeta, não lia a bíblia, mas aplicava no dia a dia o amor ao 
próximo e a caridade, o que a fez ser conhecida como "Mãe dos Pobres". 
Nhá Chica nasceu em São João Del Rei (MG) mas viveu a maior parte da sua
 vida em Baependi (MG), onde morreu no dia 14 de junho de 1895. Desde 
então, os relatos de cura por intercessão de Nhá Chica são vários.
O processo de beatificação começou em 1993, mas foi em 1995 que o 
processo ganhou um capítulo decisivo. Em julho daquele ano, a professora
 Ana Lúcia Leite descobriu que tinha um problema congênito no coração. 
Na véspera de fazer uma cirurgia, ela sentiu uma forte febre e exames 
posteriores revelaram que o problema havia desaparecido. Ana Lúcia havia
 rezado a Nhá Chica e considera que foi curada por intermédio dela.
Em 1998, o provável milagre foi enviado ao Vaticano. Em janeiro de 
2011, o Papa Bento XVI aprovou as virtudes heróicas da religiosa e 
designou o título de Venerável a Nhá Chica. Em outubro do mesmo ano, a 
comissão médica da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano aprovou
 o milagre atribuído a Nhá Chica, concordando que a cura não tem 
explicação científica. A comissão de cardeais do Vaticano atestou o 
milagre em junho de 2012 e no mesmo mês, o Papa Bento XVI assinou o 
decreto de beatificação de Nhá Chica.
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