A Câmara dos Deputados que toma posse em 2015 será a mais pulverizada desde a redemocratização. Não apenas pelo número recorde de 28 agremiações partidárias com cadeiras na Casa. É que os partidos surgidos depois de 1990 nunca tiveram tanto espaço e poder. As novas siglas somarão 143 deputados federais – mais do que o dobro do que elegeram em 2010. Pela primeira vez, os partidos pós-Collor terão, juntos, a maior bancada da Câmara. A pulverização do poder vai se traduzir em maior participação dos nanicos nas decisões do Congresso Nacional. Deverão ocupar posições importantes tanto na Mesa Diretora quanto nas comissões. A outra consequência é que o preço da governabilidade vai ficar mais caro. “Os 39 ministérios não serão suficientes para acomodar todo mundo”, ironiza o professor Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). Para o governo isso é um problema político e aritmético. Embora quase nunca o líder governista possa contar com todos os votos dos partidos aliados, em tese ele alcançava maioria com a soma das bancadas eleitas em 2010 por PT, PMDB, PP, PDT e PR.
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