domingo, 10 de março de 2013

Marinha e Bombeiros interrompem buscas por bimotor no sul da Bahia


A Marinha e o Corpo de Bombeiros interromperam nesta quarta-feira (3) as buscas pelo bimotor que desapareceu ao decolar em Ilhéus, no sul da Bahia, com destino a Brasília. Duas pessoas encontradas mortas no litoral da região foram identificadas como o piloto Joás Cardoso Ribeiro e um dos tripulantes, o advogado  José Nilton, de 58, que levava o corpo de sua esposa, de 61 anos, para o velório em Brasília. A mulher morreu afogada em uma praia em Porto Seguro no dia 22 de setembro. Moradores encontraram ainda os restos mortais de uma outra pessoa, que ainda não foi identificada.
Pescadores acham destroços que podem ser de bimotor que sumiu na BA (Foto: Abel Dias/ TV Santa Cruz)Pescadores acham destroços que podem ser de
bimotor que sumiu (Foto: Abel Dias/ TV Santa Cruz)
A delegada Adriana Paternostro, que investiga o caso, disse que os restos mortais devem ser do corpo da esposa, mas que somente o resultado do exame de DNA que será feito em Salvador poderá confirmar a suspeita.
O Corpo de Bombeiros disse que as buscas foram suspensas porque as vítimas já foram achadas. A corporação acredita que a estrutura da aeronave esteja no fundo do mar. A Aeronáutica também participou dos primeiros dias das buscas, mas deixou a operação de resgate no dia 27 de setembro.
O corpo do advogado foi reconhecido pelos familiares nesta quarta-feira. O irmão dele, José Demilton, informou que parte da família acompanhou os exames e providencia a liberação do corpo para transporte para o Distrito Federal.
Oitivas
A delegada Adriana Paternostro disse que funcionários do aeroporto de Ilhéus, de onde partiu o bimotor, começaram a ser ouvidos esta semana. As oitivas foram suspensas nesta quarta-feira porque a delegada precisou se afastar das atividades por problemas de saúde. A previsão é de que novas testemunhas, além do dono do bimotor e familiares das vítimas, sejam ouvidas nas próximas semanas. 
Segundo a Infraero, o piloto vestia uniforme e estava com a documentação quando foi achado, a 17 Km da praia, ao norte de Ilhéus, próximo ao condomínio Joia do Atlântico. Foram encontrados, ainda, destroços da aeronave, um pedaço da urna funerária em que era transportada o corpo da mulher, além de documentos de navegação do bimotor e uma bolsa.Acidente
O bimotor guiado por Joás desapareceu no dia  25 de setembro, após decolar do aeroporto de Ilhéus em direção ao Distrito Federal. 

Processo da Anac
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que abriu processo administrativocontra o proprietário e operador do avião bimotor. Há a suspeita de que o piloto que conduzia o avião não era o mesmo registrado no plano de voo autorizado pelo órgão.
Foto do avião que desapareceu na Bahia tirada pelo internauta Leonardo Henrique Oliveira de Souza no início do mês no aeroporto de Brasília; nos destaques, a matrícula do bimotor (Foto: Leonardo Henrique Oliveira de Souza/VC no G1)Foto do avião que desapareceu na Bahia tirada pelo internauta Leonardo Henrique Oliveira de Souza no início do mês no aeroporto de Brasília; nos destaques, a matrícula do bimotor (Foto: Leonardo Henrique Oliveira de Souza/VC no G1)
Bruno de Sá Martins de Araújo, proprietário da aeronave, segundo a Anac, será alvo do processo junto com o piloto Amilcar de Carvalho Jacobina, que havia recebido autorização para o plano de voo. De acordo com a Anac, há uma divergência entre o piloto autorizado a voar e o que supostamente comandava o avião.
No plano de voo apresentado à Aeronáutica, o Código Anac informado foi o do piloto Amilcar de Carvalho Jacobina, entretanto, há indícios de que o voo tenha sido realizado pelo piloto Joas Cardoso Ribeiro, cuja habilitação, apesar de regular, era incompatível com o modelo de aeronave utilizado."
Trecho de nota divulgada pela Anac nesta quarta-feira
A Anac informou que Ribeiro tinha habilitação regular, mas incompatível com a aeronave usada – um bimotor Sêneca EMB-810 .

Se constatadas as irregularidades, a Anac poderá aplicar multa, suspensão ou cassação de licenças e certificados emitidos ao piloto autorizado a fazer o voo e ao operador da aeronave. 
Veja a nota da Anac
"Anac detecta indícios de irregularidade em voo de Ilhéus"
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) abriu processo administrativo contra Bruno de Sá Martins de Araújo, proprietário e operador da aeronave EMB 810 Sêneca, matrícula PT-RDG, que decolou de Ilhéus (BA) às 22h50 da última terça-feira (24/09), com destino à Brasília (DF), e contra o piloto Amilcar de Carvalho Jacobina. A Agência vai apurar indícios de que a operação da aeronave aconteceu por piloto não qualificado e de realização de serviço aéreo público sem a devida autorização da ANAC.
A Agência, por meio do Sistema Decolagem Certa (DCerta), verificou divergência entre o nome do piloto que recebeu autorização para o plano de voo da aeronave e os documentos localizados por equipe da Força Aérea Brasileira às 6h55 desta manhã (26/09), quando também foram resgatados um corpo e destroços de urna funerária.
No plano de voo apresentado à Aeronáutica, o Código Anac informado foi o do piloto Amilcar de Carvalho Jacobina, entretanto, há indícios de que o voo tenha sido realizado pelo piloto Joas Cardoso Ribeiro, cuja habilitação, apesar de regular, era incompatível com o modelo de aeronave utilizado.

Ao final do processo, se constatadas as irregularidades, as sanções administrativas aplicadas pela Anac poderão ser multa, suspensão ou cassação de licenças e certificados emitidas pela Agência ao piloto cujo Código ANAC foi utilizado e ao operador da aeronave.

Sistema DCerta - Desde dezembro de 2010, a ANAC aprimorou o sistema DCerta e os pilotos passaram a receber por e-mail a informação do plano de voo solicitado com seu código, além deixar disponível, no sítio da Agência, o relatório de todos os voos realizados.

Se encontrar divergência, ou seja, se verificar que algum voo foi realizado indevidamente com seu Código, o piloto deve informar imediatamente à Agência. Encontra-se em audiência pública na Agência a revisão de norma na qual está sendo proposto o envio dessa informação aos operadores de aeronaves, para que possam acompanhar a utilização de suas aeronaves nos voos realizados, também com a responsabilidade de comunicar inconsistências de informação imediatamente ao órgão regulador.

O DCERTA, criado em 2009, faz do Brasil o único país do mundo a contar com uma ferramenta de segurança operacional de tal porte voltada especificamente para a aviação geral, tendo alcançado um patamar extremamente elevado em termos de vigilância continuada e monitoramento em seus voos."

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