Com Aécio Neves candidato à eleição presidencial, o ex-presidente sabe que surfar no sucesso das condenações do mensalão petista sem enfrentar o fardo do episódio mineiro afeta a credibilidade do partido em plena modernização de discurso. Além disso, em 1998, Aécio foi eleito deputado federal apoiando a campanha de Azeredo, alvo da denúncia.
Juntos, FHC e Aécio querem evitar constrangimentos como o causado por Eduardo Graeff, ex-secretário-geral da Presidência, que tratou mensalão como uma criação petista, como se não houvesse outro processo aguardando para ser julgado pelo STF. "Falcão é modesto quando diz que o PT imitou outros partidos. O mensalão foi caso legítimo de 'pela primeira vez na história deste país'", disse Graeff.
Azeredo insiste em dizer que não houve mensalão em Minas Gerais. "Mensalão é uma expressão para pagamento a parlamentares por votos e isso não aconteceu”, disse ao Estado. Mas a tese de “caixa dois” ficou enfraquecida depois que o STF ressaltou que o destino do dinheiro não é capaz de anular crimes cometidos anteriormente.
Por isso, o PSDB tem pressa em se desvincular do caso. O próprio Aécio tem defendido o julgamento e já tenta diferenciar o escândalo de Minas do que ocorreu no governo Lula. O processo está sem relator desde que Joaquim Barbosa assumiu a presidência da Corte e aguarda a nomeação de um novo ministro para substituir Carlos Ayres Britto, aposentado em novembro de 2012.
Enquanto isso, tucanos tentam usar a tese de que Azeredo foi ingênuo e que não cabia a ele cuidar das contas da própria campanha.(247)
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