terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Há mais de três anos governador Jaques Wagner não despacha no Palácio Rio Branco


Há mais de três anos governador Jaques Wagner não despacha no Palácio Rio Branco
Foto: Divulgação (arquivo)
Há quase três anos, na ocasião da reinauguração do Palácio Rio Branco, o governador Jaques Wagner afirmou que passaria a despachar no prédio histórico duas vezes por semana. Esse seria um dos motivos para o alto investimento na restauração. Apenas com o Palácio Rio Branco foram gastos mais de R$ 7 milhões. 

A iniciativa integrou o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste, com obras de recuperação de monumentos tombados como patrimônios culturais, executadas pelo IPAC e coordenadas pelo Governo do Estado. Segundo o historiador Ricardo Garrido, o aguardado despacho contribuiria para a revitalização do centro histórico e, consequentemente, valorizaria o edifício de grande importância histórica para a cidade. 

"Dentro do Palácio Rio Branco era centralizado toda a administração da cidade de Salvador naquela região. Então, o despacho da Câmara Federal, o despacho do prefeito, tudo saia de lá. Com todas as decisões saindo de lá, você teria um controle maior do poder executivo, de modo que o Palácio Rio Brando foi criado de forma estratégica. Lamentavelmente, de lá para cá, o poder executivo foi se diluindo, foi perdendo essa função. O Palácio Rio Branco foi sendo esvaziado, assim como o Palácio Thomé de Souza foi sendo esvaziado e a própria Câmara Municipal, que apesar de ainda continuar ali, funciona de forma bastante precária", ressalta Garrido. 

Primeira sede do governo no Brasil, a história do Rio Branco começou em 1549, com a fundação da cidade pelo governador-geral Thomé de Souza. Em todo o governo colonial, até 1763, todas as decisões sobre o país eram tomadas no palácio. O edifício foi estrategicamente construído na parte alta de Salvador e assistiu a momentos importantes, como a expulsão dos holandeses da cidade. Além disso, o local é também referência arquitetônica. 

"É lamentável que nós tenhamos um palácio como aquele, com uma arquitetura absolutamente invejável, o local aprazível e não tenha serventia alguma e mesmo turístico é um absurdo. Por que os turistas que vêm para Salvador não têm ideia de que aquilo dali foi um dia o palácio do governo. Eu acho que era de bom tom o governador voltar a despachar no local. Qualquer que seja o governador, até para revitalizar aquela área", lamentou Garrido. 

Segundo a assessoria da Secult, o local, além de sede do órgão, abriga também o museu dos governadores, aberto ao público e com visitas guiadas. Para o deputado da oposição Carlos Geilson, do PTN, o governador está distante do povo. O despacho, mesmo que feito duas vezes por semana, teria um efeito simbólico positivo. 

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