A presidente Dilma Rousseff aceitou, nesta sexta-feira (7), o pedido de afastamento do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq), Tiago Pereira Lima. Lima decidiu deixar a agência após ÉPOCA publicar reportagem mostrando que ele favoreceu a quadrilha de pareceres ao interferir em processo da empresa Tecondi que tramita no Tribunal de Contas da União. Lima, que está na agência desde abril de 2009, encaminhou carta ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, alegando motivos pessoais para renunciar ao cargo. O afastamento de Lima deverá ser publicado em edição extra do Diário Oficial da União deste sábado.
Servidor de nível médio do Ministério da Fazenda, Tiago foi indicado para o cargo pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). É próximo de Paulo Vieira, apontado como o chefe da quadrilha indiciada pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, e amigo do ex-senador e empresário Gilberto Miranda, suspeito de pagar propina a servidores públicos para obter pareceres favoráveis à exploração de ilhas que pertencem à União.
O Palácio do Planalto esperava receber ainda nesta sexta-feira o pedido de demissão de Rubens Vieira, irmão de Paulo Vieira, que era diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Paulo Vieira pediu exoneração quinta-feira e o Planalto estava aguardando que seu irmão, Rubens, seguisse seus passos ainda nesta sexta-feira. O ex-diretor da Antaq é ligado a Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), acusado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, de ser o chefe da quadrilha de fraudava pareceres em órgãos públicos. No caso de Tiago, ele trabalhou para que a empresa Tecondi tivesse reconhecido o direito de explorar um terminal de contêineres, numa área de 170 mil metros quadrados no Porto de Santos.
Abaixo, trechos de documento do Ministério Público Federal com os indícios de que Tiago Pereira Lima beneficiou a Tecondi.(época)
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