segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Número de mortos em conflitos na Faixa de Gaza passa de 100


Palestinos carregam o corpo do fazendeiro Rashed Abu Amra, de 45 anos, morto após bombardeio israelense na parte central de Gaza (Foto: Adel Hana/AP)

Diversos países intensificam a pressão para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde já morreram pelo menos 104 palestinos e outras 900 ficaram feridas, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf Al-Qedra. Esta segunda-feira (19) é o sexto dia da ofensiva israelense na região. 
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, viajará hoje do Iêmen ao Cairo para falar sobre a crise em Gaza com o governo egípcio, muito ativo na mediação do conflito, em meio aos apelos internacionais para o fim da escalada de violência.
Desde a última quarta-feira (14), o exército israelense realizou mais de 1.350 ataques contra alvos em Gaza como parte da ofensiva "Pilar Defensivo", segundo seus próprios dados. Já as milícias palestinas lançaram mais de 900 foguetes contra Israel, um dos quais matou três israelenses na última quinta-feira.
A chegada de Ban à região coincide com a do ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, que irá hoje a Israel para somar-se aos esforços internacionais. Ontem, foi a vez do chanceler francês, Laurent Fabius.
Em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, expressou hoje sua preocupação pela morte de civis em Gaza e Israel, e disse que a situação atual mostra a necessidade de uma "solução a longo prazo" e a implantação de dois Estados. "O que devemos fazer agora é conseguir uma solução", disse Ashton em sua chegada à reunião de ministros da Defesa e das Relações Exteriores da União Europeia (UE) que analisará a escalada de violência entre israelenses e palestinos, após insistir em que há "pessoas inocentes" que morrem "em ambos os lados".
Por sua vez, o governo chinês pediu o fim do "abuso da força, que causou a morte de civis inocentes" por parte de Israel, e pediu ao Executivo israelense que negocie um cessar-fogo. A China destacou "a justa posição dos países árabes na questão palestina", afirmou a nova porta-voz das Relações Exteriores, Hua Chunying, ao expressar o apoio chinês ao Egito em seus esforços para reduzir as tensões.
Como parte desses esforços, o presidente egípcio, Mohammed Mursi, conversou nas últimas horas com o chefe do governo iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que qualificou os ataques israelenses a Gaza como "crimes contra a Humanidade e de guerra", e pediu um consenso internacional para restaurar a paz, informou hoje a agência oficial iraniana "Irna".
O Irã se ofereceu para enviar ajuda humanitária aos palestinos, e o ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, disse que faz gestões para visitar esse território junto com uma delegação parlamentar.
Na mesma linha, os talebans afegãos condenaram a ofensiva israelense em Gaza e pediram à comunidade internacional que interceda para apoiar o povo palestino. Os insurgentes afegãos também pediram aos muçulmanos de todo o mundo, a indivíduos e organizações internacionais, que "reajam com contundência" para que os palestinos sintam um seu apoio e para que acabe "esta agressão".
No meio dos esforços diplomáticos, a ONG Save The Children alertou hoje para o "efeito devastador" que a ofensiva pode ter na população infantil, que representa a metade dos 1,7 milhão de habitantes de Gaza. Pelo menos uma criança de 4 anos está entre os 21 mortos nos últimos bombardeios israelenses ao longo da noite, quando foram atacados diversos alvos no norte e no sul da faixa, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.
Em Gaza capital, foram ouvidos vários bombardeios noturnos, embora menos que nas noites anteriores, e o barulho constante dos aviões não tripulados israelenses sobrevoando o enclave palestino. Segundo testemunhas, a aviação israelense atacou propriedades de milicianos importantes do Hamas na cidade de Khan Yunes, no sul de Gaza, e no campo de refugiados de Al Bureij e outros lugares da capital, assim como vários alvos no norte do território e em Rafah, na fronteira com o Egito.O exército israelense confirmou em nota oficial ter atacado cerca de 80 "locais terroristas" durante a noite, incluindo vários pontos de lançamento de foguetes, e "várias unidades terroristas que se preparavam para disparar foguetes a Israel".
Na Cisjordânia, os protestos dos palestinos contra a ofensiva de Gaza deixaram pelo menos 55 feridos nos últimos dias, em confrontos com as forças de segurança israelenses que ocupam este território.  

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