sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ministério Público recorrerá de júri que inocentou Carla Cepollina


Carla Cepollina, em foto de 27 de setembro de 2006 (Foto: Eliaria Andrade/Agência O Globo)
Dois dias após o término do julgamento da advogada Carla Cepollina, 47 anos, o Ministério Público afirmou que vai entrar com recurso para tentar anular o júri que inocentou a namorada do coronel Ubiratan Guimarães da acusação de matá-lo, em setembro de 2006. Vicente Cascione, que atuou no caso como assistente de acusação, afirmou que um recurso será apresentado nesta sexta-feira (9). A família do coronel também vai recorrer. Após três dias de julgamento, os jurados decidiram que não havia provas suficientes para condenar Carla Cepollina.
O promotor de Justiça João Carlos Calsavara informou que também vai tentar modificar a sentença. O argumento terá base em três supostas falhas: absolvição contrária às provas dos autos, cerceamento da acusação e nulidade processual.
"Se o Tribunal de Justiça acolher o recurso da acusação, temos a possibilidade ainda de ir a Brasília para impedir um novo júri", afirmou Eugênio Malavasi, assistente da defesa. Mas, como as provas não serão alteradas, o defensor acredita que as chances de novo julgamento são improváveis. Ele ainda ressalta que Carla já chegou a ser impronunciada por falta de provas.Coronel da reserva da Polícia Militar, Ubiratan Guimarães foi encontrado morto na sala de seu apartamento nos Jardins, zona sul, com um tiro no abdome. Depois disso, apenas Carla foi apontada como suspeita do crime.
Carandiru
Ubiratan Guimarães tinha na época 63 anos e atuava como deputado estadual. Ficou conhecido como o comandante da invasão ao presídio do Carandiru, zona norte de São Paulo, durante uma rebelião em 1992. O episódio, chamado de massacre do Carandiru, deixou 111 presos mortos. O coronel chegou a ser condenado a mais de 600 anos de prisão pelas mortes, mas foi absolvido pelo órgão especial do TJ-SP.   

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