terça-feira, 6 de novembro de 2012

Governo intensifica combate a incêndios na Chapada Diamantina


A chuva que cai em parte da Bahia desde a última quinta-feira (1º) está ajudando a diminuir os focos de incêndio na Chapada Diamantina, uma das regiões mais prejudicadas. Em algumas áreas, o fogo foi completamente debelado por bombeiros e brigadistas voluntários. Os investimentos do Estado em ações contra os incêndios ultrapassam os R$ 6 milhões, com a contratação de aeronaves e a compra de equipamentos de proteção e combate.
Depois de uma noite inteira de combate às chamas, com sucesso, um grupo de 19 brigadistas comemorou ao retornar à base da operação Bahia sem Fogo, montada no Aeroporto Horácio de Mattos, em Lençóis. “O desgaste é total, mas fizemos de tudo para proteger uma área de preservação ambiental”, disse Jorge Alves, um dos voluntários.
Em visita à região, o secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, sobrevoou as áreas atingidas para avaliar a situação na Chapada Diamantina. Também fizeram parte da comitiva representantes do Comando da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Coordenação de Defesa Civil do Estado.
Segundo Spengler, a chuva amenizou a ação do fogo. “Mas para decretar que os focos estão extintos, precisamos aguardar mais chuva em pelo menos 72 horas. Estamos monitorando e combatendo os pontos onde ainda há fogo”.
Na avaliação do comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Dalton Barbosa, o quadro é otimista, mas ainda existem pequenos focos. “A chuva não apagou tudo, não deu para fazer um rescaldo. Os bombeiros vão continuar trabalhando para evitar grandes incêndios”.
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) informou que em dez dias o número de municípios prejudicados pelos incêndios passou de 20 para mais de 60. Seguem em estado de alerta as regiões onde há maior preocupação, caso de Lençóis, Morro do Chapéu e no oeste, onde choveu menos nos últimos dias. A mobilização inclui a previsão de contratação de novas aeronaves.
Por enquanto, seis aeronaves reforçam o trabalho dos brigadistas: dois helicópteros, três aviões de combate a incêndios e um avião de observação. Vans, picapes e caminhões completam a frota para o apoio e o transporte dos homens. Em algumas áreas só é possível chegar de helicóptero.
Dos mais de R$ 6 milhões já investidos pelo Estado, R$ 1 milhão foram gastos com a aquisição de novos equipamentos de proteção individual (fardas, botas, luvas e máscaras) e para combate a incêndios (abafadores, bombas costais, enxadas, rastelos, entre outros). Apenas brigadistas treinados recebem os equipamentos.
Esforço concentrado
O trabalho de combate ao fogo em todo o território baiano envolve o esforço de 550 brigadistas voluntários, 58 homens do Corpo de Bombeiros, dez técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e seis PMs da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Cippa), além do apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Além da base de Lençóis, outras três funcionam em Mucugê, também na Chapada, Rio de Contas, no centro-sul, e Barreiras, no oeste. “O trabalho continua. É uma árdua missão na qual contamos com a parceria da população e brigadas, que são muitas aqui na Chapada e precisam ser fortalecidas no oeste”, destacou a coordenadora de campo da operação Bahia sem Fogo, a técnica de fiscalização do Inema, Fabíola Cotrim.
O subcomandante-geral da Polícia Militar, coronel Carlos Eleutério, explicou que, se necessário, o efetivo está preparado para ser deslocado para outras regiões. “Como a chuva tem chegado e ajudado bastante, o trabalho vai ficar minorado aqui e vamos para locais que estejam precisando”.

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