O PT já perdeu alguns militantes para o PSOL, mas em Itabuna aconteceu movimento contrário na semana passada. Dezenas de filiados ao Partido Socialismo e Liberdade, inclusive o presidente de seu diretório municipal, anunciaram filiação ao PT.
O movimento não tem características semelhantes ao que ocorre em outros lugares do Brasil, onde o petismo atrai gente de todos os espectros políticos, em nome de um pragmatismo avesso à ideologia. Não é por outro motivo que ex-carlistas, centristas, ruralistas e dinheiristas têm migrado em massa para o PT, senão pelo fato de que o partido é hoje a mais poderosa força política do País.
No caso dos ex-pertencentes ao PSOL em Itabuna, é bem diferente. Eles entram no PT, não atraídos pela força, mas vislumbrando um espaço a ser preenchido em uma cidade na qual a legenda caminha em sentido oposto ao que ocorre no Brasil. Se por aí afora existe o PT que vence e cresce cada vez mais, em Itabuna tem-se o partido que perde e encolhe.
Mesmo após três derrotas seguidas, o comandante em chefe do petismo local não dá sinais de que mudará sua estratégia. Visando ao Processo de Eleição Direta (PED) de 2013, já se sabe que o grupo pretende emplacar Juçara Feitosa como candidata ao comando do diretório. Ela, que vem de duas derrotas consecutivas na disputa pela Prefeitura de Itabuna…
Há pouco espaço para questionamento no partido e a força incontrastável de seu líder maior, o deputado federal Geraldo Simões, tende a atropelar quem se opuser a ele. Afinal, o cacique tem emplacado sucessivos presidentes há muitos anos e todos os nomes que se apresentaram para o exercício do contraditório foram esmagados.
A falta de alternância tem produzido baixas no partido, como ocorreu em 2008, quando várias lideranças importantes deixaram o PT em Itabuna. Algumas delas, voltam agora, destacando-se, entre outros, Luís Viana, Jackson Moreira e Hilton Cândido. Gente que não chega para se beneficiar, mas com a intenção de resgatar o partido do labirinto em que se encontra.
Leia abaixo nota redigida por Hilton, Lula e Jackson, relatando por que voltam para o PT:
Passado o período de filiação ao PT na Bahia, um ano antes do PED (Processo de Eleição Direta), nós, que há oito anos nos afastamos do partido em Itabuna, antevendo dias difíceis, mas sem forças políticas para mudar o curso, decidimos retornar, juntamente com os novos militantes, deixando claro o nosso propósito: renovar e arejar o partido em Itabuna, com o retorno de discussões internas nos nossos fóruns regimentais, buscando sempre não fulanizar o debate, no intuito de podermos, unidos, perseguir o verdadeiro objetivo do PT, que é representar o povo de nosso município, com os espíritos voltados para os interesses de toda a região.
É preciso lembrar que foi coletivamente que construímos lideranças e produzimos as condições para o PT liderar um conjunto de forças políticas desde 1992, visando tornar o partido crível e hegemônico na região cacaueira. Exercitamos bem isso por um período.
Contudo, o que temos assistido nos últimos anos é a ausência de um partido que seja vivo e atuante, rumando por um exclusivismo que o colocou numa difícil situação de credibilidade perante todas as forças políticas vivas da nossa sociedade.
Dessa maneira, atendendo à necessidade de reconstruirmos o PT, e em consonância com a palavra de ordem renovadora do nosso líder maior, o ex-presidente Lula, no momento em que novos filiados demonstram confiança no nosso partido, ratificando a sua palavra, deixamos clara a nossa intenção de lutar pelo reencontro desse partido em Itabuna com seus objetivos permanentes, o que inclui, antes de qualquer coisa, a edificação de um PT coletivo, um PT de luta e umbilicalmente vinculado aos interesses das minorias.
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