terça-feira, 14 de agosto de 2012

PEQUENOS CORRUPTOS, GRANDES PREOCUPAÇÕES


Esse pilantra já foi criança um dia
Não existe a menor dúvida de que a corrupção é uma cultura arraigada no Brasil e combatê-la exige um conjunto de ações que passam por uma legislação dura e intolerante com os desvios, um judiciário firme, um Ministério Público atuante, mas também, e talvez principalmente, pela educação. E desde cedo!
Em um programa de rádio, uma conhecida psicóloga infantil analisa o relato de uma ouvinte, mãe de um garoto de 12 anos. O moleque, segundo a preocupada mãe, estava negociando a confecção de trabalhos escolares para os colegas, em troca de pagamento. Uma das moedas era a merenda da gurizada.
Se fosse funcionário público, esse jovem talento do mundo da maracutaia poderia ser enquadrado no crime de corrupção passiva (“solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”).
A psicóloga observou que o comportamento da criança reflete o que ela vê à sua volta, no noticiário e quem sabe no exemplo de quem está por perto. Uma cultura que se dissemina pela regra da vantagem acima de tudo, da esperteza, da “farinha pouca, meu pirão primeiro”, da inexistência de preocupação com o coletivo, do desinteresse pelo sofrimento alheio.
É preciso transmitir valores e princípios, desenvolver a cultura do respeito, ensinar que a cidadania é mais importante do que estudar para “se dar bem na vida”, pois o cidadão é que é “alguém”. Sem esse entendimento, a sociedade se resume a nada, algo sem sentido, rumo a lugar nenhum…

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