domingo, 15 de julho de 2012

Greve faz alunos da rede estadual desistirem do Enem

De um lado, a greve dos professores estaduais que, mesmo com intermediação do Ministério Público, se arrasta e completa hoje 95 dias. Do outro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que se aproxima nos dias 3 e 4 de novembro e este ano vai valer para a primeira fase do vestibular da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Estudantes do 3º ano da rede estadual estão preocupados com os prazos e desestimulados para enfrentar a maratona a prova que acontecerá daqui há 77 dias úteis.

Diante dos prazos apertados e da deficiência do ensino, apontada pelos próprios estudantes, alguns  já desistiram até de fazer a Ufba este ano. É o caso do estudante Anderson da Conceição, 17 anos, que cursa o 3º ano no colégio estadual Marquês de Maricá, no Pau Miúdo.


“Com essa greve está complicado. Os assuntos não estão sendo dados como deveria. Eles querem dar reforço para o Enem, mas não tem qualidade. Tive que adiar meu sonho. Eu fico mal, revoltado”, desabafa o estudante. “Eu queria fazer Direito na Ufba. Tenho vocação, mas as aulas não estão valendo a pena”.

Os planos para cursar Direito, segundo o estudante, só serão colocados em prática em 2013, quando pretende se matricular em um cursinho pré-vestibular. Enquanto ainda frequenta as aulas, o estudante procura por um emprego. “Se depender do governo, eu não vou estudar. É melhor trabalhar. Tem  assunto necessário para o Enem que eu estou ‘viajando’”, conta.

A unidade de ensino está entre os 19 colégios-polo criados pela Secretaria Estadual da Educação (SEC) para que as aulas do 3º ano fossem retomadas, mesmo sem o fim da greve dos professores. O objetivo é tentar diminuir o prejuízo dos estudantes que vão prestar vestibular e fazer o Enem.

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