quinta-feira, 14 de junho de 2012

'Marcha das Vadias' irá pedir respeito a todas as mulheres em Maceió


Marcha já foi realizada em vários estados brasileiros, como na Paraíba, em João Pessoa, e domingo será a vez da capital de Alagoas 
Slut Walk significa, em português, Marcha das Vagabundas. A expressão representa uma maneira impactante de chamar a sociedade para discutir os anseios da mulher em âmbito mundial e pedir mais respeito. Tudo começou no Canadá, quando uma mulher foi acusada de ser a culpada por ter sido vítima de estupro, só porque usava os trajes do seu gosto.
A indignação extrapolou fronteiras, circulou o mundo e vai chegar em Maceió com o título de Marcha das Vadias, como nos outros estados brasileiros onde já houve a manifestação. O ato vai acontecer no próximo domingo (17) às 10 horas, com uma passeata cujo percusso vai do Alagoinhas, na orla da Ponta Verde, até o Posto Sete, no bairro na Jatiúca.

A articulação está sendo fomentada pelos núcleos feministas, integrantes de coletivos culturais de Alagoas, estudantes e militantes em prol das causas da femininas.
A representante do Coletivo Popfuzz, Nina Magalhães, está engajada na mobilização que ganhou fôlego nas redes sociais. Ela diz que se surpreendeu com a reação das pessoas que se depararam com o título Marcha das Vadias. “A gente esperava uma quantidade maior de reações negativas quando começamos a divulgar. Mas as pessoas estão olhando com outros olhos. Temos bastante adesão”, reflete.

A marcha contará com intervenções do Teatro do Oprimido de Alagoas e com a sonoridade do Coletivo AfroCaeté.
Apesar do nomeProposta da passeata fala mais alto
Pintar o corpo, levar cartazes, expressar suas ideias. Esses são os objetivos da Marcha das Vadias, para com isso pedir providências à polícia diante dos casos de violência contra a mulher em Alagoas. Além disso, a efetivação da Lei Maria da Penha e a ampliação de delegacias de apoio à mulher são assuntos pautados para sair no microfone durante a passeata que acontece no próximo domingo, na orla da Ponta Verde.
Sabendo dessas prerrogativas, as mulheres abordadas pela Tribuna, embora questionem o termo “vadia”, não abririam mão de participar da manifestação.
“Hoje as mulheres estão buscando conquistar mais os seus próprios direitos. Infelizmente, algumas são submissas aos homens porque não têm corajem. Então, se a passeata for para encorajá-las, a iniciativa é válida”, disse Rosineide Gomes.

A auxiliar de abrigo para idosos Angélica Roberta acha que a mulher deve ter os direitos de se portar e se vestir respeitados. “Cada um faz o que quer. Você não pode julgar uma pessoa só pelo que ela veste”, defende.
A estudante Simone Macelina abraça a causa mais propõe um novo nome para a marcha, menos impactante, porém mais abrangente. “Eu acho que esse movimento não deveria se chamar Marcha das Vadias e sim movimento das mulheres”, propõe.
Já a estudante Andrea Soares, do município de Quebrangulo, não estava sabendo da manifestação, mas apoiou a ideia e o nome da ideia. “O nome eu acho atrativo. Se não houver violência, é válido. Para essas pessoas que ficam criticando um movimento por causa do nome, eu peço que elaborem uma nova forma de nos defenderem, em vez de ficarem criticando, somente vendo o problema”, propôs.

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